(* Eu não me considero parte de elite nenhuma, na verdade. Ele nos chama de elite cultural por fazermos parte de uma universidade renomada... Grande coisa, digo eu, pois conheço pessoas alí, dentro da universidade, que são mais alienadas que alguns humildes mendigos... Mas isso não convém agora.)
A Era do Plástico pipocou na minha cabeça num dia qualquer, enquanto eu imaginava como foi o passado. Por passado, entenda mais ou menos 1920, época dos nossos bisavós e alguns avós. Li que o plástico começou a fazer parte da nossa vida a partir da década de 30 (quando nossos citados avós e bisavós eram criancinhas). Então, antes disso, não havia plástico.
Como eram os brinquedos deles?!
Minha infância foi recheada de Lego, Comandos em Ação, Cavaleiros do Zodíaco e outros brinquedinhos. Conversando com algumas pessoas mais idosas, cheguei a algumas alternativas de como poderiam ser os brinquedos dessa época.
Um brinquedo (talvez seja um pouco difícil concebe-lo como brinquedo) que um avô me disse usar, era uma batata com 4 gravetos de madeira espetados. Aquilo era a representação de um boi!! Os gravetos eram as patas, como vocês podem imaginar aí. Volte mentalmente à sua infância e pense, você conseguiria se divertir com um brinquedo desse? No meu caso, se fosse na época em que eu fui criança, provavelmente não. Mas, na época em que isso era um brinquedo, certamente sim! Se um avô conseguia, porque não eu?
A questão toda culmina no plástico. Como ele mudou a nossa vida, o nosso modo de ver o mundo. O plástico hoje é uma realidade muito mais palpável que uma batata. Não que a batata seja surreal mas, nós a vemos como um mero alimento (ou somente como a origem do Ruffles, em alguns casos mais graves). E essa visão não se restringe ao plástico(nem a batata), nós vemos as plantas como ornamentos (chega a ser engraçado ver plantas em escritórios, com a ventilação dos aparelhos de ar-condicionado e as luzes artificiais das lâmpadas). A seda é tecido de luxo, o melhor pra se fazer cuecas samba-canção. O presunto, na sua embalagem de plástico, fica muito bom com uma fatia de mussarela no pão francês... Hoje a lei é praticidade, a lei é conforto.
O mundo hoje é plástico, é puramente aparências. As origens, como as coisas chegam até nós, já não tem mais importância. Não importa a origem do alimento, importa matar a fome. Não importa a origem da roupa, importa estar na moda. Não importa a qualidade do ar, importa ter um carro e a liberdade* de ir e vir pra onde quiser...
(*um dia, um post sobre liberdade)
Assim nós vemos o mundo hoje, de maneira plástica.
O mundo é plástico.
Faltou comentar sobre os peitos de plástico.
ResponderExcluirhuahuahuahuahu