terça-feira, 9 de novembro de 2010

Hipótese Gaia...

Estava lendo sobre uma previsão pro futuro, e pensei o seguinte:

Supondo a hipótese Gaia como verdadeira...
Não seria o aquecimento global uma febre?
Não seríamos nós o mal??


Mas blah, isso é tão deprimente...
Esse blog é meio deprimente.
Sério demais, eu acho!
A vida é mais leve que isso...

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Conversa sobre Evolução

Tive uma conversa hoje, com um amigo, mestrando em biologia genética - chamarei de D - , acompanhado de uma amiga. Resolvi poetizar um pouco a conversa, e transcrevê-la aqui:

O que define um predator?
D: Hm... Do ponto de vista da presa, ele precisa caçá-la. Aqueles que tiverem uma variação genética que os permita caçar com mais eficiência, terão mais comida, ficarão mais fortes, se reproduzirão mais e, consequentemente, repassarão seus genes para os herdeiros, perpetuando a característica vantajosa. Talvez se um grupo deles aprender a trabalhar em equipe por exemplo, ganhe uma vantagem sobre outro grupo e acabe dominando-o.

E um predador necessariamente faz o controle populacional de uma presa?
D: Hmm... Se existem muitas presas, os predadores podem se reproduzir mais, e se multiplicam. Chega um momento onde muitos predadores existem, e as presas consequentemente ficam escassas. Daí em diante, os predadores começam a disputar as presas, entrando em conflito. Os mais fortes vencem, se reproduzem, etc. Mas, não necessariamente fazem esse controle populacional.

Como se dão esses conflitos pelas presas?
D: Vence o predador que tiver mais vantagem. Se ele, por exemplo, tem uma variação genética que faz com que um chifre cresça nele, isso pode ser uma vantagem contra um predador sem chifre. Ele pode, talvez, aprender um truque que o dê vantagem contra outro predador despreparado...

Basicamente, ser mais forte ou mais inteligente?
D: Acho que sim...

E as presas? Como elas sobrevivem?
D: Basicamente, do mesmo jeito. Se uma presa tem uma variação genética que a proteja do predador - seja uma pigmentação diferente que a camufle em seu ambiente, seja uma variação que faça com que um chifre cresça em suas costas protegendo-a de ataques - ela tem vantagem em relação as outras presas... Sobrevive mais tempo, consequentemente se reproduz mais e passa seus genes pra frente.

Basicamente, é assim que uma espécie evolui, certo?
D: Certo.

O ser humano possui predadores?
D: Hm... Em alto nível, predadores da espécie, não...

Eu vejo um predador pro ser humano...
D: Explica-me.

Começando na questão da escravidão. Uma sub-espécie humana, por assim dizer - os brancos - usando de dinheiro, força, tecnologia e medo, dominou outra sub-espécie humana - os negros. De certo modo, foi exatamente como predadores vencendo predadores, só que com uma presa diferente: dinheiro e poder.

A reprodução e a consequente perpetuação de genes dos humanos no topo da hierarquia - a côrte real - segue o mesmo padrão dos predadores mais aptos. Eles se mantiveram no topo por bastante tempo, com vantagens sobre os demais predadores - mais alimento que os camponeses, por exemplo. Por outro lado, outra "sub-espécie", o clero, coordenava a ação das classes inferiores, com ferramentas de controle diferentes, mas ainda assim, ferramentas de controle. O objetivo (a priori) não era perpetuar seus genes mas, de certo modo, manter sua "sub-espécie" viva e no topo da hierarquia. Ambas as sub-espécies - clero e realeza - entraram em uma espécie doida de protocooperação contra os "predadores mais fracos". Vejo essa protocooperação como uma espécie de evolução do predador.
D: Que pensamento doido.

Não para por aí! Uma parcela dos "predadores mais fracos", em um certo ponto, descobriu um truque para dominar um tipo de presa: o dinheiro. Com esse novo truque, conseguiram fazer com que essa nova presa disponível trouxesse a outra presa - o poder - e conseguiram extinguir a sub-espécie de predadores dominantes anterior, a realeza. Eis que surge uma nova sub-espécie de predadores dominantes: a burguesia. O clero, de certo modo, também aprendeu esse novo truque e se manteve comendo das presas, mas sua ferramenta de controle sempre foi diferente.
D: Ok, o comportamente até faz sentido... Mas o ser humano ser predador do ser humano, não faz muito sentido...

É porque não é exatamente o ser humano que é o predador.
D: Quem é então?

Eu duvido que, se o ser humano tivesse consciência de que seus atos escravizam sua própria espécie, ele ainda assim o faria.
D: Porque o faz, então?

Exatamente por causa da inconsciência. Assim como acontece com as formigas - todas trabalhando seguindo as ordens da rainha; e também com os ratos - já ouvi histórias de que, se um rato morre em um lugar, "automaticamente" os demais ratos não passam por lá, por saberem que há perigo; assim acontece com o ser humano. É como Jung teorizou, o inconsciente coletivo. Esse inconsciente coletivo é a rainha do ser humano... É esse inconsciente que o homem segue, sem se dar conta, assim como as formigas seguem a rainha, sem se dar conta...
D: O inconsciente então é o predador?

Mais ou menos... Assim, ao mesmo tempo que existe um inconsciente coletivo, existe um consciente coletivo. Esse consciente coletivo explica porque os irmãos Wright e Santos Dumont inventaram um aparelho capaz de voar quase que ao mesmo tempo. Existem outros exemplos, como o telefone, o rádio, e as tecnologias atuais de celulares. Mesmo Darwin e Russel são outro exemplo. Se o inconsciente atrapalha a evolução humana, o consciente ajuda. É dentro desse consciente coletivo que entram as explicações pra uma possível mudança da humanidade... É como se, ao mesmo tempo, muitas pessoas estivessem tomando consciência disso, e formando uma nova sub-espécie de predadores - que, quem sabe, não precise predar.
D: E o predador então seria...?

Aquele que esconde o consciente. A mente. Esse poder de criação que temos, quando mal empregado, esconde o consciente e nos mantém reféns do inconsciente. Um exemplo claro é o marketing e a mídia: ambos, em cooperação, induzem o ser humano ao consumismo inconsciente. O governo, que supostamente deveria trabalhar pela igualdade do homem, o faz, mas sobre os holofotes errados: ele trabalha pelo igualitárismo inconsciente... E é um ciclo: os governantes são inconscientes, vendo as pessoas como números e estatísticas. Acreditando fazer o melhor possível, e se mantendo inconscientes, embriagados com poder e dinheiro. Com esse poder e dinheiro, eles compram o que a mídia lhes impõe: carros, festas, mulheres, etc etc etc. Um dos truques da mente.
D: Que pensamento triste!

Só se você parar de olhar aí. Somos animais, certo? Somos uma mera evolução dos macacos, macacos que aprenderam a usar ferramentas, só. A mente, em si, é uma ferramenta também. Enfim... Se somos animais, somos influenciados pelas mesmas regras que observamos. Se a presa desenvolve um tipo de imunidade contra o predador, ela evolui.
D: Transcender a mente?

Exato. Exatamente o que Buda e Jesus nos proporam, por exemplo. O budismo diz que tudo é ilusão. Se você restringir "tudo" ao mundo que nós vemos - mesmo porque, tudo que nós vemos/sentimos com nossos 5 sentidos são sinais elétricos, ondas sonoras e ondas de luz, interpretados pelo nosso cérebro, nossa mente nos dizendo o que é o quê - poderá dizer que tudo são só interpretações, não existindo, necessariamente, de verdade. É exatamente como se a mente fosse uma grande ilusão, um predador a ser vencido.
D: É um pensamento curioso, no mínimo.

Vou pensar mais nele, eu acho.

Eis que a amiga de D se pronuncia:
Cuidado ao pensar tanto...!


E eis que o predador se mostrou novamente...

terça-feira, 9 de março de 2010

O infinito ciclo

Eu não ia mais postar mesmo, mas acabei de ler uma notícia bastante perturbadora...

Sobre o oscar. "Guerra ao Terror" ganhando o dobro de estatuetas que "Avatar"...

Eu não assisti Guerra ao Terror, só li a sinopse e vi o trailer... Então posso estar errado mas, com isso em mente, me arriscarei a escrever de novo.

Já escrevi um pouco aqui sobre as influências negativas da televisão sobre as pessoas, mas existem também coisas positivas. Eu sou da geração que cresceu assistindo Capitão Planeta, e atribuo em partes a esse desenho toda a consciência ecológica que se fortificou tanto em mim quando eu comecei a abrir os olhos para o mundo ao meu redor. Quando criança (e quanto mais eu estudo a mente, mais percebo que é na infância que as raízes de todos os nossos comportamentos são criadas) uma semente de ecologia foi plantada na minha cabeça e agora, maduro o suficiente para cuidar do solo, a semente cresceu e se transformou numa planta saudável... (Nota aleatória: essa alusão de semente, planta, cuidar do solo... é usada nos ensinamentos de Buda e também de Cristo. Curioso, dado os 500 anos que os separam, além dos muitos kilometros, não? O corpo humano imita a natureza, ideia muito fundamental do Taoísmo. Cada pensamento recorrente (como a raiva, por exemplo) gera novos frutos e novas sementes, e se o seu solo mental está adubado para a raiva... Ela se prolifera como uma praga, cresce e toma conta de você...)

Achei Avatar um filme muito interessante. Me lembro de poucos filmes que mostram o homem como vilão, e não me lembro de nenhum que o fez tão bem. Ao meu parcial olhar, poucos são os filmes que podem vir a realmente acrescentar algo, e Avatar entrou na lista.
Logo no início, a ideia que nos propõe é que a consciência não está presa ao corpo. O fato do protagonista conseguir controlar outro corpo - como se fosse o seu próprio - deixa isso muito claro, de uma maneira muito sutil. A consciência não está mesmo presa ao corpo, vide os sonhos, tanto dormindo quando acordados... Já se pegou, em alguma ocasião, pensando em coisas completamente distintas do que ocorria ao seu redor? Já se pegou viajando? Uma expressão muito interessante, viajando... Sua consciência não estava presente, você estava em outro lugar. Um lugar que não existe: um pensamento que não existe em nenhum lugar palpável.

Outra ideia muito interessante do filme, é a íntima ligação dos Navi ao planeta. Eles e o planeta são um, eles e os animais do planeta, são uma só coisa. Eles sentem dor quando precisam matar desnecessariamente um animal, porque é uma parte deles que morre. Eles criam um ritual de morte limpa, para que a... consciência do animal morto possa renascer como um de nós... Reencarnação, assim como explicada no budismo... Evolução da consciência, compaixão.

O protagonista, humano, que diz em certo momento "eu não sei mais qual mundo é o real"... Sutil, muito sutil.

O mais óbvio e grosseiro do filme, a ganância e cegueira humana, seguindo seu Deus, cujo nome em sânscrito se escreve assim: $.

Porém, nem todos gostaram de Avatar. Muitas pessoas o chamaram de clichê, infantil, fictício e sem graça. Talvez seja, talvez eu é que esteja vendo coisa onde não há. Talvez não. Talvez essas pessoas que não perceberam esses pequenos ensinamentos passados no filme, estejam com a mente tão... grosseiramente programada, que não conseguiram captar as ideias mais sutis.

Seguindo essa linha, que tipo de semente é plantada na mente de uma criança (ainda que ela não tenha absolutamente nenhuma consciência disso) que assiste esse filme? A mente de uma criança é nitidamente menos poluída que a mente de um adulto, muito mais aberta a coisas sutis. As crianças percebem coisas que nós, acostumados ao mundo cruel(?!), não percebemos. Gosto muito de saber que a semente de um povo fortemente ligado ao planeta, fortemente ligado aos outros, onde o eu não é tão central, está sendo plantada em algumas mentes hoje.

Quanto a "Guerra ao Terror"... Mostra (e aqui está a maior chance de erro do post, porque, como disse, não assisti esse filme) o sofrimento dos soldados americanos, nos últimos momentos da guerra...
Correndo o risco de ser o Capitão Óbvio: guerra pra que mesmo? Sofrimento necessário? Ahn, é... Era necessário combater o terror, né? O mundo precisava de ordem! Não podemos permitir que uma nação ameace meu sonho americano, eu preciso entupir minhas veias com o sofrimento dos animais que me servem de prazer, digo, alimento. Meu sonho americano de ter uma arma em casa, pra me proteger de qualquer um que não se adeque ao maravilhoso sistema que nós construímos. Claro que meu conforto, fruto do meu sistema, é baseado no sofrimento de muitos, muitos outros humanos que, tirando a sorte, nada diferem de mim, mas não tem problema: meus canais pagos me dão todo o entretenimento que eu preciso, e eu acabo não pensando nessas coisas... Afinal, porque as faria? Pra me sentir mal? Prefiro fazer vista grossa...

Quão bonito seria um filme sobre as mulheres e crianças do oriente médio que simplesmente explodiam e morriam, em nome do Deus da terra, o onipotente $?

Não que as outras nações sejam belas, não quero dizer isso.

Mas, o comentário que motivou meu post: não é engraçado "Guerra ao Terror" ter ganho o dobro de oscars que "Avatar"?
Digo engraçado porque... É tão óbvio! Como nós vamos dar crédito, com nossas famigeradas estatuetas de ouro, um filme herege?! Claro que não! É preferível cortar os pulsos de Hollywood (pois Guerra ao Terror é um filme "independente") do que do nosso Deus. Hollywood se recuperará, se $ estiver no meio de nós. Mas, se os seguidores de $ começarem a acabar... o que será de "nós"??

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O que é o Universo?

Evolução. Isso é o que o universo é, e a única coisa que ele pode ser...

Antes do Big Bang, toda a matéria (que nada mais é que energia) do universo estava concentrada em um único ponto. Esse ponto explodiu - isso foi o Big Bang - e o universo continua se expandindo desde então.

Ou seja... Tudo que existe, de você até a mais distante galáxia, tudo isso já foi uma só coisa, um único ponto. Não existe, então, diferença entre você e outra coisa: tudo foi uma coisa só. As coisas só tomaram... formas diferentes.


Observe o átomo, o sistema solar, uma galáxia. Sempre o mesmo padrão se segue, um núcleo e coisas girando ao redor. As pétalas de uma flor ao redor do núcleo... Acaso?

JC aglomerou em si tanta consciência, tanta presença... Que se fundiu, se tornou um com o todo. E assim entrou no reino...

O que nos impede de evoluir e fazer o mesmo que ele? Somente nós mesmos.

Esse é o nosso objetivo. É o que nos motiva a existir. De onde vem nosso ímpeto. O que Freud entendeu como ímpeto sexual, essa... Busca por satisfação.


A Terra começou como uma bola de poeira cósmica, girando, esquentando, atraindo outros corpos pra si... 4,5 bilhões de anos atrás. A vida surgiu de uma aglomeração de nutrientes(!?) no fundo do oceano, a 2 bilhões de anos. Ela foi evoluindo, evoluindo... Saiu da água, dominou a terra, depois o ar - a uns 450 milhões de anos atrás. O hominídio surgiu a 6 milhões de anos. A humanidade, a 100 mil anos. Agricultura, 10 mil anos. Revolução Industrial, 150 anos. A uns 10 anos, o mundo todo se uniu, a Globalização. A evolução da vida se estreita.

4.500.000.000 -> Terra
2.000.000.000 -> Começo da Vida
450.000.000 -> Vida Terrestre
6.000.000 -> Hominídeo
100.000 -> Humanidade
10.000 -> Agricultura
150 -> Revolução Industrial
10 -> Globalização

Por isso as pessoas começam a notar que algo está para acontecer. Estamos prestes a dar um passo evolutivo grande. O tempo deixará de fazer sentido(ou, como JC diria, teremos a vida eterna) ? Nos veremos finalmente como uma simples parte de um todo maior(ou, entraremos no reino de Deus)? Não sei, mas quero descobrir.

A meditação é a busca do viver agora, aproveitar o momento. Que outro momento existe senão o presente? O futuro não chegou, o passado não mais existe... Só existe um tempo, e esse tempo é agora. O presente é a eternidade.

Nossos pensamentos, nossas emoções... Só nos fazem pensar em nós mesmos, só nos fazem nos proteger. Proteger de quem, se somos todos um? Proteger de quê, se somos tudo? Nossa mente é a única responsável pelo nosso atraso evolutivo.

Voltando ao padrão, das coisas girando ao redor de um núcleo... Pense no ser humano - a obra prima da criação de Deus, como diria o Gênesis.

Nós, humanos, temos a capacidade de perceber esse jogo todo; temos a capacidade de perceber que tudo que pensamos, tudo que sentimos... Não é exatamente o que somos. Como definir a existência? Como definir o fato de você estar aí, sentado, lendo? Biologicamente? Seus pensamentos vem simplesmente de sinapses? Sua criatividade vem... do seu cérebro?
Nós temos tudo que é necessário para percebermos que somos algo maior. Que somos, no fundo no fundo, muito mais que o corpo, muito mais que as emoções, muito mais que os pensamentos.
Somos exatamente como o padrão: somos algo no nosso centro... E ao nosso redor, toda a nossa vida passa. E nós ficamos perdendo tempo com ela, ficamos planejando e lamentando seja lá o que ocorra em nossa periferia.

O que somos? Não sei. Mas, desconfio... E não desistirei até descobrir. Não poderia - deixar essas questões de lado, a partir do momento que são levadas a sério... Só me enlouqueceria.

Eu busco evoluir. E gostaria muito de ter evocado essa vontade em você... :)


Fim de blog. Ou não. Quem sabe, se o futuro não existe?