Vivemos num sistema legislativo. Seguimos leis, que foram criadas para nos manter dentro de uma certa uniformidade, extremamente necessária para mantermos um convívio social justo. Evidentemente, algumas pessoas se aproveitam de outras sem escrúpulos, por isso se faz necessário um conjunto de normas para controlar a sociedade e mantê-la próspera.
Nem toda lei, por outro lado, mantém prosperidade na sociedade. Nessa temática que eu vou abordar nos posts daqui pra cima (conforme disse aqui), vou tentar expor algumas das leis (legislativas, sociais, tradicionais, religiosas) que mais nos prendem para nos permitir a liberdade... É provável que eu fique mais tendencioso daqui pra frente... Antes eu abordei, na maioria, fatos; daqui pra frente, majoritariamente, percepções...
A verdade é que o sistema nos mantém preso, nos mantém enredado em uma hipnose coletiva sem sentido. Elimina os meios de libertação que possam nascer, e toma pra ela os meios de libertação que existiam, modificando-os a seu desejo. Tudo sutilmente feito debaixo dos nossos narizes, que estão ocupados fazendo outras coisas e não percebem...
Na China, devido a super-população, existe uma lei que limita as famílias a terem 1 único filho. Faz sentido, super-população, 1 filho, tende a frear o crescimento... (não freou, a população continua crescendo... mas isso não vem ao caso)
Mas, a população chinesa mora, em sua maioria, na região rural, portanto depende do trabalho rural para sua sobrevivência. Por isso os filhos homens são preferência: eles podem continuar trabalhando quando os pais não puderem mais, mantendo assim os pais vivos... Os bebes e crianças do sexo feminino são, muitas vezes, mortos, deixados a própria sorte, etc. Veja bem até onde vai a história...
Os rapazes, ao entrarem na fase adulta, precisam casar-se, gerar uma família, etc... Como as garotas são escassas, existe legalmente a venda de dotes para o casamento. Sim, as filhas são leiloadas; aquele que pagar mais, consegue um casamento. (Isso pra não entrar na questão do tráfico de mulheres, que é muito mais vantajoso... O tráfico, nesse caso, é fruto de leis e tradições...)
Existe mesmo liberdade hoje? Você pode fazer o que quiser? Se você não estudar, você consegue um bom emprego? Sem um bom emprego, você consegue satisfazer seus desejos, de ir para onde quiser, conhecer o que quiser, comprar o que quiser? Se você não quer trabalhar, você é bem visto pelos seus semelhantes?
A sociedade, baseando-se nos seus próprios desejos de conforto e felicidade, criou um sistema de trabalho e remuneração. Aquele que não se adapta ao sistema, é mal visto. Ou seja, você é forçado, induzido a acreditar, desde o nascimento, que o dinheiro pode trazer mais facilmente a satisfação dos seus desejos, e você precisa estudar muito pra ganhar um bom dinheiro. De que as leis foram criadas para que o convívio com seus semelhantes torne-se possível. Além disso, a mesma sociedade cria coisas e mais coisas, que nunca foram antes necessárias, mas agora são de extrema importância na sua vida. Seus semelhantes consomem, e parecem felizes assim, então seu desejo é alimentado. Seu desejo faz com que você aceite trabalhar, por pior que o trabalho seja, pois é necessário satisfazê-lo. Você acaba sem tempo pra pensar em questões filosóficas simples, como por exemplo "Porque eu nasci?", "Porque eu existo?", "Qual o propósito da minha vida?".
Na verdade, a sociedade precisa disso. Ela precisa manter você ocupado com as mais diversas coisas, desejando mais e mais porque, sem isso, você se torna um câncer. Se você questiona, você se torna uma célula cancerígena na comunidade, você deve ser mal visto, porque é diferente.
E ela usa de todo e qualquer meio pra mantê-lo preso. Por mais absurdo que esse meio seja. Por exemplo, a idéia de que o trabalho dignifica o homem, o trabalho liberta. A sociedade fala e fala e repete, essa frasezinha dos portões de Auschwitz. É, a idéia do trabalho dignificante se popularizou a partir da ironia de Hitler...
Caímos novamente na plasticidade... Temos que fazer mundos e fundos para termos nosso lugar na sociedade. E ela rejeita, seus membros rejeitam os que não a aceitam ou não se enquadram nela. Assim o homem não sabe seu lugar no todo, e o pior! Nem procura saber! O homem procura se enquadrar na sociedade e fazer tudo como todos fazem, assim ele é bem visto pelos outros, e não precisa olhar a si mesmo... Assim, o homem acaba se tornando um autômato. Agindo pensando no que a sociedade ao seu redor vai pensar.
Eu não procuro mostrar saídas, seria uma perda de tempo. Não há saída pra sociedade. Há saída pras pessoas, há saída pra você, se você quiser e tiver coragem de ir contra tudo e todos... E, mais importante, contra você mesmo. Há saida da sociedade.
Você nasce, cresce. Estuda, ganha dinheiro. Se reproduz. Cria seus filhos e os educa a fazer o mesmo, a fazer melhor que você. Vai a igreja e reza, espera que assim caia na graça de Deus. Enriquece. Faz o bem quando pode. Fica velho e morre.
E daí? De que serviu sua passagem no planeta?
Será que é esse nosso objetivo? Nascer, crescer, poluir, consumir, reproduzir e morrer?
Nesse ponto peço pra você deixar de lado suas crenças, e simplesmente ler... Descobrir crenças novas.
Os hindus, assim como os astecas (veja que eles estão bem distantes territorialmente) também acreditavam que o tempo é cíclico. Segundo eles, estamos na era da ilusão, ou era de ferro, a Kali Yuga. Abaixo colo um trecho de um texto sagrado hindu, escrito a 7000 anos, que eu encontrei, irônicamente, num site de novela...
Haverá monarcas contemporâneos reinando sobre a Terra, (...) farão matar mulheres, crianças e vacas; cobiçarão as mulheres dos outros; (...) seus desejos insaciáveis; gentes de vários países, unindo-se a eles seguirão seus exemplos; (...) A riqueza(espiritual) e a piedade diminuirão dia a dia, até que o mundo se depravará por completo; a classe será conferida unicamente pelos haveres; a riqueza será a única fonte de devoção; a paixão o único laço de união entre os sexos; a falsidade o único fator de êxito nos litígios; as mulheres serão usadas como objeto de satisfação puramente sexual; a aparência externa será o único distintivo das diversas ordens de vida; (...) a liberdade valerá como devoção; o homem que for rico será reputado puro; (...) Assim, na idade de Kali (ferro) a decadência prosseguirá sem detença, até que a raça humana se aproxime do seu aniquilamento...
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